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Estou com a macaca - Macacos de Alter do Chão - Macaco Zogue-zogue

Estou com a macaca - Macacos de Alter do Chão - Macaco Zogue-zogue
Susan Gerber-Barata
mai. 29 - 3 min de leitura
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Discretos ao extremo, os avisto somente por acaso. Ágil e extremamente hábil deslizam sobre os galhos, ora em passos regulares utilizando os quatro membros, ora em saltos elegantes. Balançam, cordas bambas, por cima dos cabos da electricidade, façam dos cipós trapézio - tudo em silêncio, despercebidos. Avisto um, procuro logo o outro - onde tem um, sempre tem um segundo. Os meus casais de macacos, raramente vejo mais do que um casal por vez, se chamam popularmente de Zogue-zogue. De vez em quando os acompanha um terceiro.  Será que é um filho? Macacos aroborícolas,  eles passam toda sua vida nas árvores. Descem em raras ocasiões ao chão.

Os casais de Zogue-zogue parecem muito ligados, carinhosos, grudam um ao outro e não dá para destinguir entre machos e fêmeas. Muitas vezes só se entregam quando dois ou mais casais se encontram. De preferência ao raiar do sol ou anoitecer se densenvolve aquele vem e vai de gritos graves que parece conversa ou será que são marcação de território do alto de uma das árvores? Ao cantar o casal gruda, cola bem pertinho um do outro e acompanha o seu canto, uma zogue-zogar, algo entre tagalelar, assobiar e clicar bem característico, com movimentos regulares do corpo, para cima, para baixo. Parece que vão dar mais ênfase no que querem dizer. Mais que canta, mais gruda um no outro.

Parece que o casal que se une para a vida toda, uma vida que pode durar mais do que 20 anos. Normalmente nasce depois de uma gestação de cerca de 160 dias um único filhote. Primata de médio porte, o seu peso pode variar entre 700 e 1.200 gramas, seu comprimento varia entre 28 a 39 cm sem cauda e pertence a subfamília Callicebinae. Parece que  desde 2002  foram descritas 7 novas espécies desse tipo de macaco. Assim acho que o meu é Plecturecebus moloch. Macacos do Novo Mundo, vivem apenas na América do Sul, ocorrendo ao sul do rio Amazonas, nas margens direitas dos rios Arapuanã e Tapajós e margem esquerda dos rios Tocantins e Araguaia. 


Seu rosto quase triangular é enegrecido, emoldurado de costeletas alaranjadas bem tufadas nas laterais. Os olhos esbugalhadas e negras observam tudo. As orelhas são finas, a testa é acinzentada, grisalha como todo o dorso. A pelagem das partes inferiores do corpo varia entre laranja-pálida a amarelo-alaranjado. O seu pelo em pé parece mais comprido e fofo do que dos outros macacos que com ele convivem. 




Onívoro, não despreza nem frutas ácidas como taperebá. Troféus que ele segura graciosamente com as mãos peludinhas. Enriquece sua alimentação com folhas e sementes tenras, insetos e bambu. Convivem bem com as outras espécies de macacos que frequentam o meu quintal.




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