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Estou com a macaca! - Macacos de Alter do Chão - Macaco de Cheiro

Estou com a macaca! - Macacos de Alter do Chão - Macaco de Cheiro
Susan Gerber-Barata
mai. 26 - 6 min de leitura
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Cada macaco-de-cheiro/-mão-amarelo vasculha o meu quintal, folha por folha, por cima e por baixo, dia sim, dia não.

São muito curiosos e não se assustam muito rapidamente não

O convívio com eles, ou melhor com o bando, é a distância. Sempre chegam chegando, um bando de meninos/as malcriados/as, devidamente mascarados, todos muito simpáticos. O máximo que já contei foram 29. 29 seres, rápidos, espertos, um mais levado do que o outro ou a outra - combinaram e tocam agora mais um arrastão. Extremamente ágeis varrem com tanta sistemática, rapidez e determinação o meu quintal - sempre acho que atrás desse seu comportamento deve ter algum plano secreto instigado por algum líder, sei lá o chefe do bando.  Andam, pulam, voam, agarram, se puxam para cima, aterram, não exatamente na terra.....

Procuram em cada lugar, viram quase todas as folhas e sempre acham algo comestível

Por que será que sei que chegaram? O que chama a minha atenção? Avistei seu movimento com o rabo do olho? É o seu chiado fino, conversam constantemente entre si? Ou são as folhas que de repente farfalham, susurram, se esfregam umas nas outras, gemem, sofrendo com o peso neles atirado?

Chegou mais um e um a mais. Se jogam, se atiram, correm sobre o telhado, batem  as telhas como se fosse teclado de piano. Os seus corpos esguios, esticados parecem torneados com arame, muito flexível, ou bolinhas de canhão, atiradas por mão invisível, um atrás do outro, um logo após o outro, mais um, os intervalos entre os pulos quase regulares. Extremamente hábeis, soberbos saltadores - nunca nenhuma bola se perdeu, desvio do galho, errou o galho à pousar.

As mãos bem adaptadas para se segurar em qualquer galho

O mico-de-cheiro com sua pelagem curtíssima, dourada no dorso, cabeça arredondada com a máscara característica em volta dos olhos, boca escura e mede mais ou menos 30 cm. A cauda é enfeitada com um tufo de pelos pretos. As mãos douradas lhe dão o nome de macaco-mão-amarelo ou mão-de-ouro. Seu peso varia entre 750 a 1.000 gramas.

Indignado, inconformado, olha de cima, procura de baixo, vasculha tudo! -  Não é possível! Cadê? Aquelas maduras? Tinha uma única só? Não pode ser!

Que mal sorte! Foi outro grupo que horas antes já as detectou e roubou as únicas bananas maduras.

Gozo o grande privilégio de receber quase diariamente a visita dos macacos ou micos-de-cheiro, também chamado de macaco-de-mão-amarela ou de -mão-de-ouro do Gênero SaimiriSaimiri Ustus, da família dos Cebidae e ordem dos Primatas. Sendo o país  com a maior biodiversidade de primatas do mundo, são 103 espécies na qual 80% delas estão nos limites do Estado do Amazonas (62 espécies), sendo que 14 são endêmicas e 11 estão ameaçadas de extinção o que ainda aumento o meu privilégio de ter um zoológico particular no quintal! O mãos-amarelos pertencem a uma espécie não endêmica no Brasil, só são comuns em certas áreas da Floresta Amazônica. São vistos em estados como Amazonas, Roraima, Amapá, Pará e Maranhão. Encontram nesses ambientes seus alimentos preferidos: sementes, frutos, flores, insetos,  ovos de pássaros e até, são oportunistas, filhotes de ave e camaleões.  

Com apetite feroz, comem quase tudo que lhes cabe na mão e na boca.

Com mais ou menos 30 cm de comprimento, machos e fêmeas não diferem em tamanho. Também não há machos dominantes entre eles como em outros tipos de primatas. Parece que os grupos são subdivididos em adulto, mãe-infantil e jovens. As interações sociais são centradas ao redor de um grupo de fêmeas dominantes que formam junto com sua cria o centro do grupo. Os machos se misturam com as fêmeas só durante os meses de acasalamento. No dia a dia me parecem bem família, com pouca hierarquia o que não significa que não brigam. Sinalizam com gestos bem rudes e apitos agudos, de vez em quando, seu descontentamento uns com os outros. Mas logo se acalmam novamente e seguem o seu percurso que parece pré-estabelecido. Vasculham tudo. Sempre acham. E podem, já pensou! viver cerca de 20 anos!

A transa de macaco

Como não tem pudor, o que é ótimo, compartilham tudo comigo. Meu nariz não é afinado suficiente para confirmar o que dizem por aí. Levem seu nome de macaco-de-cheiro não por exalar aromas agradáveis. Aliás, gostos não se discute. Impregnam sua cauda constantemente com o próprio xixi. O hábito de passar urina no corpo parece servir de comunicação olfatória, tem o fim de demarcar território, já que sentem todos os cheiros dos outros que passaram antes deles por aí.

Acasala-se entre abril e junho, a gestação dura de 150 a 172 dias. Sempre nasce um único filhote com mais ou menos 110 gramas. Os bebês e adolescentes são cuidados por outras fêmeas além da mãe, mas não por quaisquer macho. Nascidos, já são hábeis e sabem subir e descer. Mas não dispensam uma boa corona.

Fêmeas barrigudas desempenhando os mais inacreditáveis exercícios nas alturas

Amamentando

E se curtindo

Constantemente em movimento, mas aqui a carona deu errada

Essa carona tem que agarrar com mão de ferro!

Os adolescentes entre si

Ao cair da noite vem o sono. Com rabo jogado sobre o ombro, o primeiro já está testando um soninho. Chegou o segundo, depois de algun vais e vens dormem bem juntinhos!

O convívio com outras espécies de primatas, no meu zoolgico particular convivem cinco espécies de macacos, Xuim, Zog-zog, Macaco-da-noite e de vez em quando também Guaribas, é uma maneira que as espécies encontram para equilibrar proteção contra predadores e uma melhor eficiência na alimentação.



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