"O sistema de produção e distribuição dos alimentos pode promover justiça social e proteger o ambiente; ou, ao contrário, gerar desigualdades sociais e ameaças aos recursos naturais e à biodiversidade", – Guia Alimentar da População Brasileira.
A segunda edição do Guia Alimentar da População Brasileira foi publicado este mês pelo Ministério da Saúde e aponta diretrizes alimentares e recomendações oficiais para enfrentar a epidemia de doenças crônicas ligadas à má alimentação e também encarar os problemas atuais da indústria de alimentos ultraprocessados. É uma orientação do governo.
Os dados sobre a saúde do brasileiro mostram que a terceira causa de mortes de mulheres no país é diabetes. O crescimento de pacientes com colesterol alto e hipertensão também está intimamente ligado a maneira como nos alimentamos mal, abusando de produtos industrializados cheios de açúcar e gorduras.
A indústria de alimentos não tem mais como justificar ou defender o excesso de produtos ultraprocessados, a população está adoecendo. O guia pede uma mudança no padrão atual e dá uma diretriz para a própria indústria, que precisa se atualizar.
Listando os aspectos que definem o impacto social do sistema alimentar, o guia fala também sobre "tamanho e uso das propriedades rurais que produzem alimentos; autonomia dos agricultores na escolha de sementes, de fertilizantes e de formas de controle de pragas e doenças; condições de trabalho e exposição a riscos ocupacionais; papel e número de intermediários entre agricultores e consumidores; capilaridade do
sistema de comercialização; geração de oportunidades de trabalho e renda ao longo da cadeia alimentar; e partilha do lucro gerado pelo sistema entre capital e trabalho".
Uma alimentação adequada e saudável promove nossa saúde e uma relação sustentável com o meio ambiente, trabalhando também para garantir a segurança alimentar e hídrica do país.