Por Kamila e Mariana, médicas da vila
A Unidade Básica de Saúde (UBS) próxima ao terminal de ônibus vai mudar para o novo espaço no Bairro Novo. Nessa semana, os atendimentos de rotina estão suspensos. A própria equipe do posto foi encarregada de fazer a mudança, às pressas, para retomar atendimentos a partir da segunda-feira, 25 de março, inclusive com vacinação.
A nova UBS, apesar de ser maior que a antiga, continua sendo uma UBS planejada para apenas uma equipe de saúde. Com o mesmo número de salas da unidade antiga, é impossível expandir a equipe.
Sem espaço para ações educativas em grupo
Também não há uma área para realizar ações em grupo, como atividades educativas e reuniões de apoio a pacientes e familiares.
O grupo de Saúde Mental atualmente acontece no CRAS, os grupos de hiperdia (hipertensos e diabéticos) acontece em barracões comunitários e os grupos das grávidas/planejamento familiar acontecem no conselho tutelar.
"Entendemos que essas atividades poderiam ser realizadas na UBS, facilitando o vínculo da comunidade com o posto e mantendo a equipe no local para possibilitar atendimentos de emergência que por ventura aconteçam durante os horários de realização destes grupos".
Dra Mariana
A equipe está pedindo, ainda sem sucesso, que a área coberta ao lado da nova UBS possa ser reformada, com o objetivo de suprir essa demanda. Seriam duas salas a mais, com a criação de novos consultórios médicos para que receber alunos, residentes ou outra equipe.
A reivindicação de Alter é para que haja duas equipes, pois há demanda para isso, com atendimentos e procedimentos para os 7 mil moradores.
Posto de emergência 24h em estado de alerta
Essa semana, só o posto 24h fará atendimentos e só emergências.
Desde o carnaval, Alter está sem atendimento médico noturno e finais de semana no posto 24h. Sem medicamentos e insumos básicos como soro fisiológico, seringas, agulhas etc, a equipe está sem condições mínimas de trabalho. O ar-condicionado também não funciona.
Não tem medicação, desfibrilador, médico 24h. Se alguém tem parada cardiorrespiratória, por exemplo, o atendimento fica prejudicado. Em lugares que têm estrutura com desfibrilador e equipe preparada, esses casos tem chance de sobrevivência. Aqui, a chance fica bem pequena.
Dra. Kamila
Dois pacientes morreram por falta de médicos e medicamento no Natal e Carnaval.
Segundo a Secretaria de Saúde, não há mais médicos disponíveis para trabalhar no 24h devido à falta de estrutura mínima para atendimento e também por causa do pagamento ruim.