A inauguração do novo espaço cultural Yaamo recebeu muitos convidados,
entre eles o secretário de turismo Alaércio Cardoso e representantes da vila
como Ivo Oliveira da AETHA, associação de hoteleiros e pousadas
Fotos/vídeos Susan Gerber-Barata e Lauro E.S.
Barata
No sábado, dia 24 de fevereiro, Alter do Chão teve a honra de receber os nossos parentes indígenas, Wai wai, advindos do município de Oriximiná. O objetivo dessa visita foi a inauguração de um Centro Cultural localizado na Estrada do Pindobal, onde os próprios Wai wai construiram uma maloca em formato da grande casa como é os da aldeia para serem realizadas apresentações culturais com a finalidade de fazer um intercâmbio cultural entre os visitantes da vila balneária de Alter do Chão e os indígenas. A agência de turismo e transporte Cuicuera é parceira na empreitada.
Jarliane Silva, Simone Sousa e Isanelson Wai wai, (não na foto) idealizaram o novo espaço Yaamo em conjunto. Como Jarliane enfatiza: O lugar é concebido como espaço de troca, onde os nossos parentes podem receber turistas e todos os outros interessados na nossa cultura.
Pronto para receber para a primeira
dança Foram realizadas, por eles, três danças, a saber: A Dança da Bebida,
realizada para ser uma espécie de pedido de casamento onde eles entram todos
juntos;
A dança do Tracajá
E a Dança do Yaamo, que vem a ser o nome do espaço, é
uma dança de conexão entre o transcendente e o terreno, na qual os Yaamo, que
são dois indígenas, fazem a dança no meio da maloca. Essa dança exprime certa
melancolia, já que, segundo relatos, com a catequização evangélica, eles
pararam de fazer essa conexão espiritual. A última dança foi a que me deixou
mais impressionado e que me fez recordar, com muita felicidade, as
apresentações das orquestras que vinham tocar em Alter do Chão em datas
festivas (Filarmônica Instituto Maestro Wilson Fonseca entre outras). Esta
última dança, A Dança do Tracajá, entoada por todos de uma vez só, contagiou os
espectadores. Todos juntos emitindo sons diferentes que, no final,
completavam-se. Revivi minha infância na mesma hora quando, outrora, escutava
os contrabaixos, guitarras, trompetes, saxofones, flautas e clarinetes.
Detalhe: todos os sons eram emitidos somente com a boca. Todos, no mesmo tom,
com uma métrica perfeita. Havia até um contratempo nas palmas, algo realmente encantador.
Por fim todo mundo caiu na dança!
Detalhes da maloca com uma grande abertura no meio.