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Educação Escolar Indígena

Educação Escolar Indígena
se liga alter
nov. 9 - 5 min de leitura
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No último sábado, 30 de outubro, o programa de jornalismo da Rádio Comunitária “ Se Liga, Alter” entrevistou a coordenadora da Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação de Santarém e a professora do Intercultural Indígena na UEPA. O programa em especial fez uma homenagem ao dia do professor, comemorado em 15 de outubro.Mural que expõe atividades que expressa os grafismos indigenas.Os grafismos são pintados com giz de cera  coloridos feitos em papel A4.

O programa começou com a música Tassy em nheengatu, enfatizando o fortalecimento da língua indígena dos povos da Amazônia, os quais durante muito tempo foram proibidos de falar sua língua materna.

“ Você Sabia?” 

Estreamos também o quadro “Você Sabia?”, que destaca nossas tradições indígenas no cotidiano. Muitas expressões são usadas no dia a dia em Alter do Chão, mas poucos sabem seu significado! Falamos da palavra SARÙ (esperar), um termo em nheengatu muito usado, mas que poucos sabem de sua origem indígena.

 

livro Nheengatu Kuxiímawara Kuausawa Tapajowara 

O livro Nheengatu Kuxiímawara Kuausawa Tapajowara  (Nheengatu e Notório Saber do Tapajós) foi produzido pelos professores indígenas dos 13 povos do Baixo Tapajós, material que serve de base para as aulas nas escolas indígenas. Enilda, professora de nheengatu, fala da importância  da preservação  da língua para o povo Borari:

A revitalização da língua nheengatu é de suma importância, ela retrata a forma de comunicação entre os parentes indígenas Borari, é a identidade de um  povo com suas especificidades.

 

 

De acordo com a Constituição Federal de 1988, no 2º parágrafo do artigo 210: “O ensino fundamental regular será ministrado em língua portuguesa, assegurando às comunidades indígenas também a utilização de suas línguas maternas e processos próprios de aprendizagem.”

No centro da imagem,a professora Iara, usa óculos escuros, cabelos amarrados, roupa em desenhos coloridos.Ao fundo imagem de árvores e do rio.
Iára Ferreira  CEEI-SEMED  (Fevereiro 2009 - 2021) Pedagoga (UFPA) Especialista em Coordenação Pedagógica - UFOPA.

Na primeira entrevista, Iara Ferreira, Coordenadora da Educação Escolar indígena  (CEEI) da Secretaria Municipal de Educação ( SEMED), falou da importância da educação escolar  para os povos indígenas do Baixo Tapajós. 

“Falo do direito que estes povos advindo de uma história de muita negação, inclusive da própria cultura, da sua própria língua aqui em nossa região, e quando falamos disso, falamos que ainda se perdura essa mesma negação."

De acordo com a professora e coordenadora da educação escolar indígena, essas escolas estão distribuídas em 49 realidades escolares em territórios indígenas na região de Santarém-PA. No Arapiuns temos 5 Polos, com um total de 22 realidades escolares. No Tapajós. temos 7 Polos, num total de 19 realidades escolares. No Planalto temos 4 Polos e ainda 1 Centro Municipal de Educação  Infantil (CEMEI) no território Borari, totalizando 9 realidades escolares.

No total,  são 2.559 educandos matriculados neste ano letivo de 2021. As escolas Polos são as responsáveis pelas escolas anexas a ela. Segundo a coordenadora Iara Freira,essas escolas funcionam com infraestruturas diferentes e algumas são improvisadas em malocas, palhoça, barracão. A forma de organização escolar  ocorre em regime de nucleação como escolas anexas, escola polo e turmas externas. Essas turmas são seriadas e multisseriadas da educação infantil, ensino fundamental do 1º ao 5º ano,  ensino fundamental do 6° ao 9º ano, a Educação de Jovens e Adultos (EJA) e Atendimento Educacional Especializado (AEE).  Algumas aldeias oferecem ensino médio modulado. As Escolas Indígenas com mais de 25 alunos constituem seus Conselhos  Escolares para terem acesso aos  recursos  dos Programas do Governo Federal,  Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE).


                                                                mapa das aldeias 


Na sequência, Ana Cely  falou sobre  a interculturalidade na Educação Escolar Indígena.

 Ao centro da imagem um quadro branco, ao lado esquerdo a professora Ana Cely, usa óculos de grau, cabelos amarrados, usa camisa de manga comprida azul claro, e calça jeans escuro e sapato vermelho. Ao lado direito logo abaixo do quadro uma cadeira e uma mesa. Na mesa um caderno, pincel, apagador.

Ana Cely de Sousa Coelho, Graduada em Ciências Biológicas; mestre em recursos aquáticos continentais Amazônicos. Professora de ciências e educação ambiental; escola Dorothy. Professora Colaboradora no Curso de Licenciatura intercultural indígenas UEPA.

“A primeira visão que eu tenho e que posso falar da interculturalidade, é uma visão principalmente de respeito e diálogo, nós como professores a gente carrega essas duas palavrinhas no nosso bolso, tanto na educação básica quanto no ensino superior. Eu penso também em uma educação feita pelo indígena e feita com o indigena, eu não penso como eu, enquanto professora, vou chegar e ensinar algo. Não, sempre haverá uma troca, um diálogo baseado no respeito”.

 

PARTICIPAÇÃO DOS OUVINTES 

 

O  professor Joelson Coelho Borari  das disciplinas história e geografia, que trabalha na Escola indígena Borari Professor Antônio de Sousa Pedroso foi o ganhador do sorteio de um ingresso para uma noite de Flashback, sua participação representou  todos os professores. 

 

Todas as profissões passam por um professor, ele faz do aluno  um pesquisador e incentiva os sonhos, transmitindo seus conhecimentos que ao longo de sua formação adquiriu para compartilhar.

 

E assim foi o programa de radiojornalismo do mês de outubro . Aguardamos vocês no nosso próximo encontro. Até lá, se liga, Alter!

Samara e Enilda Borari

kuwekatureté 

Muito obrigada (o)


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