Última atualização: sábado, 18/02/21
alguns gráficos gerados para melhor visualização dos dados diários divulgados no boletim epidemiológico do município de Santarém/PA
OLHO RÁPIDO: veja alguns dados importantes das últimas três semanas
A visualização dos dados do boletim nos permite acompanhar a distribuição dos internados entre leito e UTI. No gráfico acima, vemos que o total de internações entre confirmados e suspeitos foi de 132 para 173 nas últimas três semanas, com um crescimento de 31%.
Apesar da ampliação do número de leitos de UTI, ainda continuamos com fila de espera. Hoje, 18 de fevereiro, tem 10 pacientes graves esperando por vaga na UTI. Para visualizar melhor a fila de espera, o gráfico só com esses números abaixo:
Precisamos visualizar os gráficos e entender que representam pessoas. Ontem, tinhamos 10 pessoas precisando de tratamento intensivo para respirar mas por falta de vagas não puderam ter o atendimento necessário. Isso implica, necessariamente, no aumento de mortes.
O número de mortes não parou de crescer. Quando visualizamos os dados com mais perspectiva, do último trimestre, fica evidente o cenário atual.
No site do Governo do Pará sobre Covid que apresenta dados da Vigilância Epidemiológica - SESPA e atualizado dia 03/01/21, sabemos que Santarém é o terceiro município com mais casos no estado. A partir do download do CSV Todos os Casos Confirmados no Pará disponível em 03/02/21 no site Covid-19 do governo, podemos ter alguma ideia do perfil dos casos em Santarém.
As faixas etárias com mais casos registrados são entre 20 e 60 anos, e os idosos acima de 70 são em bem menor número, mas são os que mais morrem. Por isso os idosos são considerados grupos de risco.
Com a informação na coluna raça trazendo 816 indígena, 227 preta, 6105 parda, 254 amarela, 788 branca e quase metade não determinada, com 5642 sem resposta.
https://www.covid-19.pa.gov.br/statics/download.svg
Visualização da evolução da pandemia feita no fim de janeiro com os dados disponíveis no boletim da Prefeitura de Santarém
Monitorados
PANORAMA
O desenho dos dados diários revela, com clareza, as duas ondas de casos em Santarém:
- a primeira onda começa a crescer em maio, atinge o pico junho e começa a declinar em julho;
- a segunda onda começa a crescer em janeiro...
QUADRIMESTRE
Desenhar o quadrimestre nos permite ver o crescimento de casos desta segunda onda:
- a partir de novembro o número de casos já começa a crescer novamente;
- no dia 03/11 eram 920 monitorados, dia 03/12 já eram 1452 (um aumento de 🔺~58%, comparado com novembro) e dia 03/01 tínhamos 1607 (um aumento de 🔺~75%, comparado com novembro).
MÊS ATUAL
Com o foco no mês de janeiro, de olho no crescimento, temos:
- no dia 02/01 eram 1649 monitorados, dia 31/01 já eram 3726 (um aumento de 🔺~125% em janeiro).
- comparado ao mês início do mês de novembro, o número de casos teve um crescimento 🔺305%.
Novos casos
PANORAMA
Novamente, podemos visualizar as duas ondas, mas os casos "cadastrados/ positivados/ em análise" registrados no boletim surgem após a onda de monitorados, com um mês de atraso.
- a primeira onda de casos novos começa a crescer em junho (de casos monitorados foi em maio), atinge o pico julho (nos casos monitorados foi em junho) e começa a declina abruptamente em agosto;
- em julho, tivemos um pico no dia 29 com 🔺1217 casos;
- a segunda onda começa a crescer em janeiro.
QUADRIMESTRE
O quadrimestre desenhado nos permite perceber que no comecinho de outubro e em novembro tivemos pequenas ondulações com mais de 500 casos cadastrados por dia.
No entanto, o que chama atenção é que do dia 15 em diante, temos mais 500 casos por dia, todos os dias.
MÊS ATUAL
Desenhando o mês de janeiro, temos:
- no dia 02/01 eram 307 novos casos, dia 30/01 já eram 768 (um aumento de 🔺~150% em janeiro).
- na quinta 14 e quarta 27 ultrapassamos os 🔺 800 casos no dia.
Internações
PANORAMA
Novamente, as duas ondas: uma com mais internações entre maio e agosto e outra começando agora. É também possível ver o limite do sistema hospitalar. Comparando esse panorama com os panoramas acima, percebemos que o tamanho da onda de internações não acompanhou, nem de longe, as ondas de casos. Capacidade hospitalar.
- Com Hospital de Campanha e vagas criadas em outras unidades, na primeira onda, tivemos em média menos de 100 leitos disponíveis dedicados à epidemia.
- O sistema de saúde começou a sentir a pressão da segunda onda em janeiro. Desde do dia 28, temos mais de 100 leitos para Covid19 e ainda é insuficiente.
QUADRIMESTRE
De outubro até dezembro, o boletim epidemiológico de Santarém divulgou entre 20 e 30 internações por dia, no máximo. A partir de janeiro, o número de internações começou a crescer pressionando o sistema. O governo criou novos leitos. Agora, no entanto, está novamente no limite da capacidade hospitalar.
MÊS ATUAL
Com o foco no mês de janeiro, temos:
- no dia 02/01 eram 26 internações, dia 30/01 já eram 142 (um aumento de 🔺~446% em janeiro).
- mesmo assim, sabe-se que ainda temos fila de espera. Em vídeo divulgado nas redes sociais dia 29/01, o prefeito Nélio Aguiar fala em 20 pessoas na fila de espera, apesar do boletim só registrar 1 pessoa na fila de espera.
Óbitos
PANORAMA
Podemos ver claramente o pico de mortes da primeira onda, entre junho e julho. Aproximando, para melhor visualização dos dados:
As linhas em vermelho são os óbitos confirmados no dia e somados no total de óbitos da pandemia. As linhas em preto são os "óbitos suspeitos aguardando resultados", que são divulgados no boletim, mas não entram na somatória do dia.
QUADRIMESTRE
Agora, em foco, os quatro meses passados. Dia a dia, tantas vidas. Santarém já ultrapassa 514 óbitos confirmados, considerando os óbitos suspeitos (em preto) é muito mais. Para piorar, temos um claro crescimento de mortes em janeiro com a crescente segunda onda...
MÊS ATUAL
Desde 14 de janeiro, a situação vem piorando a cada dia.
Com o foco no mês de janeiro, de olho no crescimento, temos:
- No dia 02/01 eram 467 mortes confirmadas. Dia 31/01 já eram 514. Confirmadas. Quando somamos as suspeitas, o número é bem pior.
- Na última semana, o crescimento no número de mortes é visível no gráfico: de segunda-feira, 25/01, para domingo, 31/01, mais de 50 mortes, somando as confirmadas e as suspeitas. Em uma semana.
Isolamento domiciliar
No boletim, ficamos sabendo quantas pessoas sintomáticas estão em isolamento domiciliar. Desde o começo da pandemia, esse dado está lá, ora no infográfico, ora no texto que acompanha o infográfico, todo dia.
PANORAMA
A mancha visual revela uma outra onda entre setembro e novembro. Neste período, Santarém, tinha bastante gente em isolamento domiciliar. Veja abaixo o outubro/novembro como tem bastante gente em isolamento.
QUADRIMESTRE
Em janeiro, em crescente onda de casos, temos poucas pessoas em isolamento domiciliar de acordo com o boletim. Um número também baixo quando comparado aos meses de outubro e novembro.
MÊS ATUAL
Confira também:
Todos os boletins divulgados pela prefeitura, do mais recente ao mais antigo, em sequência corrida para facilitar a consulta.
Perguntas que o boletim não responde:
- Quais são os epicentros do município nesta segunda onda, uma vez que unidades de saúde descentralizadas estão sendo abertas em bairros com mais casos?
- Como está o crescimento da epidemia em Alter do Chão, o maior pólo turístico da região Oeste do Pará, depois do fim do ano? Desde dezembro, quantas pessoas foram diagnosticadas com Covid-19? E antes de dezembro?
- Qual o perfil das mortes em Santarém? Quantos idosos acima de 70 anos morreram por Covid19 e quantos foram contaminados? Quantas pessoas foram contaminadas em comunidades ribeirinhas e tradicionais no município? Qual a porcentagem de vítimas fatais mulheres, jovens e crianças?
- Há alguma mudança no perfil de casos graves hoje quando comparado aos dados da primeira onda?
- Como está a situação em diferentes comunidades da Resex? Tem alguma comunidade em alerta depois do fim do ano?
- Na segunda onda, para qual data está planejado o atendimento das comunidades ribeirinhas?
- Quais informações coletadas da ação emergencial com tratamento precoce ou preventivo? Quantas pessoas receberam o protocolo? Quantos pacientes tiveram efeitos colaterais?
- Onde a prefeitura divulga análises de especialistas e gráficos da evolução da epidemia em Santarém?
- Quantos representantes da sociedade civil fazem parte do Comitê de Crise?
- Desde o começo da pandemia, quantas ainda são as mortes "suspeitas aguardando resultado"?