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Repúdio à nota que pede reabertura de shoppings em Santarém

Repúdio à nota que pede reabertura de shoppings em Santarém
Comitê Popular de Santarém
jan. 26 - 9 min de leitura
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Conforme publicação do Portal O ESTADO NET, sábado(23/01), o boletim do 9º Centro Regional da Secretaria de Saúde do Pará apontou o aumento de mais 595 pacientes monitorados com sintomas da Covid-19 nas regiões do Baixo Amazonas e Tapajós em menos de 24 horas.

A matéria alerta ainda que “o informe do dia 21 registrou que havia 10.340 pessoas sendo monitoradas e em isolamento domiciliar em decorrência de apresentarem sintomas de infecção do novo coronavírus. Já no boletim de sexta-feira (22) o número subiu para 10.935 em monitoramento”. Além disso, destaca o jornal, “Santarém e Itaituba são os municípios que apresentam mais casos de Covid-19 e também concentram o maior número de pessoas monitoradas, 3.500 e 2.580 pacientes isolamento domiciliar, respectivamente”.

Além dessas informações, o Comitê tem recebido inúmeros relatos de familiares de pacientes de Santarém que já foram transferidos para Itaituba por não haver mais no município leito de UTI disponível. Algumas famílias, inclusive, denunciam a falta de assistência do governo municipal quanto às necessidades dos acompanhantes que seguem com o familiar doente para outro município, obrigando a família a arcar com os custos de hospedagem e alimentação do acompanhante.

Toda a população vem acompanhando pelos noticiários a situação de agravamento da pandemia em Santarém e municípios vizinhos com a confirmação da chamada segunda onda no Oeste do Pará. E o Comitê Popular de Combate à Covid19 tem também estado atento ao preocupante avanço dos números de pessoas infectadas e internadas. E, como ainda estamos longe de ter vacina para toda a população, é preciso, mais do que nunca, ter rigoroso cuidado com as medidas preventivas, inclusive com o isolamento social.

Os prejuízos financeiros que os lojistas de shoppings, ou de qualquer outro ramo comercial, possam vir a ter com os dias de fechamento de suas lojas não é nada diante das vidas perdidas para essa doença.

A tragédia de Manaus está aí para nos servir de exemplo. Em dezembro, estudiosos já alertavam que, se não fossem tomadas medidas enérgicas para assegurar o isolamento social, teríamos o janeiro mais triste da história. O governador até publicou decretou determinando o fechamento do comércio, mas, não resistiu à pressão dos lojistas, e voltou atrás autorizando o funcionamento normal. Resultado: uma tragédia sem precedentes – pessoas morrendo por falta de capacidade dos governantes de agirem com o rigor e a responsabilidade necessárias para salvar vidas.

Por todo o exposto, o Comitê Popular de Combate à Covid19 REPUDIA VEEMENTENTE a nota emitida pela direção de shoppings centers e lojistas/empreendedores, repudiando o decreto municipal que determinou o fechamento temporário de atividades não essenciais, como o funcionamento de shoppings.

Evidentemente que toda a sociedade tem prejuízos com as consequências da pandemia.  Mas, o segmento de shoppings não é dos setores mais vulneráveis. É, portanto, inaceitável a pressão que os lojistas fazem para flexibilizar as normas de isolamento social, agindo egoisticamente para assegurar seus interesses econômicos e demonstrando que não têm apreço pela garantia da saúde e da vida da população, inclusive de seus funcionários. Sim, porque os patrões seguem protegidos em seus veículos próprios e contarão com atendimento médico privado e até UTI aérea para se deslocarem a outros centros, se precisarem. Já os trabalhadores, em sua grande maioria, arriscam-se ao contágio no transporte público e, se forem acometidos pela covid, terão que contar com as orações e a luta dos familiares para conseguir um leito de UTI, caso seja necessário.

Ademais, a mensagem passada pela absurda nota fortalece a narrativa negacionista que minimiza a gravidade da pandemia, o que tem custado a vida de milhares de brasileiros e brasileiras, deixando famílias inteiras devastadas pela dor da perda dos seus entes queridos, sem ter o direito de serem amparados em seus lutos.

Assim, ressaltamos que as medidas tomadas pelo prefeito de Santarém, em decreto municipal, são acertadas para assegurar minimamente o isolamento social. Só lamentamos que tais medidas não tenham sido estendidas às lojas do centro comercial da cidade, nas quais se observam cotidianamente pessoas sem uso de máscaras. Essa situação, aliás, serve de argumento para os lojistas dos shoppings reivindicarem o retorno da abertura de suas lojas. Ao invés de colaborarem para que as medidas preventivas sejam amplamente adotadas e, assim, encurtar o tempo da pandemia, os comerciantes dos shoppings reivindicam se juntarem aos segmentos que ignoram as medidas de isolamento social.  Essa visão medíocre os impede de enxergar que quanto mais se alonga a pandemia, maiores são as consequências para a economia. É necessário sensatez e responsabilidade coletiva aos empresários para compreenderem que a recuperação da economia na pandemia não será conseguida com medidas a curto prazo (deixe que vendamos um pouco agora) mais a médio e longo prazo, pois quanto menos pessoas doentes e enlutadas tivermos, mais elas estarão dispostas e com condições de consumir. Toda a sociedade precisa da recuperação da economia, mas isso só se dará com a proteção da saúde e da vida das pessoas e não pela “necroeconomia”.

Por fim, cobramos da gestão pública municipal e estadual que procedam com rigorosa fiscalização para que as medidas estabelecidas sejam efetivamente cumpridas. Isto, sim, deve merecer a atenção de todos os segmentos da sociedade, pois, os negócios podem ser recuperados, mas a economia mais rentável e que, portanto, deve merecer todo o cuidado possível, é a vida das pessoas. Os shoppings podem suportar uma semana de lojas fechada. Mas, quanto podem suportar os familiares de quem perde seus amores para a covid? Santarém não vai reproduzir a insanidade de Manaus. 

 

Santarém, 25 de janeiro de 2021.

Comitê Popular de Combate à covid-19

 

Ir. Fátima de Sousa Paiva - Coordenadora Regional

Associação Francisca Maristella do Brasil

 AFMB.

 

Ítalo Melo de Farías

Ordem dos Advogados do Brasil

OAB Subseção / Santarém

 

Jefferson Júnior de Oliveira Souza

Sindicato dos Profissionais das Instituições Educacionais da Rede Pública Municipal de Santarém – SINPROSAN

 

Dionéia Cardoso dos Anjos 

Sindicato dos Trabalhadores em Saúde no Estado do Pará

SINDSAUDE

 

Guillermo Antônio Cardona Grisales, SJ.

Coordenador das Pastorais Sociais da Arquidiocese de Santarém

 

Paulo Lima e Fábio Pena

Projeto Saúde Alegria - PSA

 

Sara Pereira 

 Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional 

 FASE

 

José Edinaldo Rocha da Silva

Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais do Oeste do Pará e Baixo Amazonas – MOPEBAM

 

Antônio José Mota Bentes

Sociedade para Pesquisa e Proteção ao Meio Ambiente 

SAPOPEMA

 

Elves Gonçalves Vieira 

Sindicato dos Trabalhadores Públicos em Previdência, Saúde, Trabalho e Assistência Social no Estado do Pará - SINTPREVS PA

 

Narciso Jose Fonseca de Senna Pereira

Sindicato dos Urbanitários do Pará - Regional Santarém

 

Antonia Trindade Valente dos Santos 

Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Pará

 SENPA

 

Auricelia dos Anjos Fonseca 

Conselho Indígena Tapajós-Arapiuns 

 CITA.

 

Jackson Fernando Rêgo Matos, 

Prof. Dr, Coordenador do Projeto de extensão Luz e Ação da Amazônia - IBEF/UFOPA

 

Claudiana Sousa Lirio

Federação das Organizações Quilombolas de Santarém 

 FOQS

 

Luis Carlos Moraes- Presidente

Associação dos Moradores do Bairro do Santíssimo

AMORSAN

 

Rainilza Rodrigues

Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará/Subsede de Santarém.

 

Renan Luiz Q. Rocha 

Comissão Pastoral de Pescadores -CPP

 

Claudia Grace dos Santos Santana.

Associação de Moradores do Bairro Vigia

AMBAVIG

 

Valdeci Oliveira de Sousa 

Associação de Moradores do Bairro Pérola do Maicá

 AMBAPEM

 

Raimundo Aurélio Pimentel   

 Associação de moradores do Bairro Uruará

 AMBU

 

Maria Luciene Gama Santos

 Associação de Defesa dos Direitos Humanos e Meio Ambiente na Amazônia – ADHMA

 

Edna Assunção de Jesus

Associação das Mulheres Doméstica de Santarém

 AMDS

 

Edilberto Sena

Movimento Tapajós Vivo

 

Valéria Maria Bentes Ferreira

Grupo de Defesa da Amazônia

- GDA

 

Pedro Martins

Terra de Direitos 

 

 

Eugênia Rêgo

Federação das Associações Moradores e Organizações Comunitárias de Santarém- FAMCOS

 

Pe. Eugênio Venzon, SCJ

 Obras Sócias da Arquidiocese de Santarém - Pastoral do Menor

 

Tiago Rocha Pereira

Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de Santarém

 

Francely Brandão de Souza

Cáritas da Arquidiocese de Santarém

 

 

Francieli Sarturi

Rede Emancipa – Santarém

 

 

Damilly Yared

União de Estudantes de Ensino Superior

 

Renata Moara

Juntos Santarém 

 

Frei Edilson Rocha, OFM

Ministro da Custódia São Benedito da Amazônia

 

Pe. Arilson Lima da Silva, SVD

Área Pastoral São Mateus

 

Manoel Edivaldo dos Santos Matos

Sindicato dos Trabalhadoras e 

Trabalhadores Rurais, Agricultoras e Agricultores Familiares do Município de Santarém -STTR

 

Alberto Silva

Instituto Uaná de Tecnologia Social

 

 

Rui Harayama 

Professor Instituto de Saúde Coletiva UFOPA

 

 

Pe. Alex Palmer Sampaio Ribeiro, SJ

Companhia de Jesus - Jesuitas

 

Pe. Marco Antonio de Oliveira Santos, SJ

Paróquia Nossa Senhora do Perpétuo Socorro

 

 


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