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Estudantes indígenas da UFOPA estão sendo empurrados pra fora da universidade

Estudantes indígenas da UFOPA estão sendo empurrados pra fora da universidade
O BOTO
ago. 30 - 3 min de leitura
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Por Gilson Tupinambá
Gestão Pública e Desenvolvimento Regional/ UFOPA

Os 533 indígenas que fazem diferentes cursos na UFOPA atualmente estão sendo empurrados para fora de Santarém. Sem condições de estudar na cidade e sem estrutura social fora das aldeias, pode ser que a partir do próximo mês os estudantes Tupinambá, Arapiun, Borari, Jaraki, Kumaruara, Apiaka, Tupaiú, Tapuia, Arara Vermelha, Munduruku, Munduruku Kara Preta, Maitapú, Tapajó, de 70 aldeias do Baixo Tapajós, não tenham como continuar.

UFOPA é a universidade com mais indígenas na América Latina graças a uma política de inclusão social. Pela primeira vez desde o Brasil colônia, os indígenas do Tapajós realmente puderam ter espaço na educação superior público.

Em meio a tanto atropelo e falta de respeito, os estudantes indígenas resolveram ocupar a universidade com cultura na semana dos povos indígenas. Alegria e coragem na organização de atividades culturais com todos e para todos em defesa da permanência e troca com a cultura originária.

Os estudantes querem entrar em acordo com o atual reitor Hugo Alex Carneiro Diniz. Não dá para, de uma hora para outra, retirar o auxílio permanência de mais de 800 indígenas e quilombolas. Não dá para baixar de R$ 510 para R$ 100, ninguém aluga um quarto em casa compartilhada por menos que R$ 100 na cidade ou no interior. Esses estudantes ainda precisam comer longe de casa. Os indígenas querem um acordo para garantir no mínimo R$ 300 por mês, o mínimo pra conseguirem alugar quartos em casas compartilhadas. Já fomos falar no Ministério Público Federal. O reitor já foi procurado diversas vezes pelos estudantes, mas até agora se mostra irredutível.

Durante o dia, todos puderam participar de uma oficina de artes plásticas, com ênfase em pintura. A arte indígena contemporânea traz em seu conteúdo além de iconografia e grafismos dos povos antigos, conta da existência, da cosmologia, da resistência, da natureza e da vida. Também foi dada uma oficina de produção de cartazes e banners.

Quarta-feira terá oficina de cerâmica pela manhã e à tarde, das 3h às 5h30, uma roda de conversa com Gersem Baniwa sobre “Política de Ações Afirmativas no Ensino Superior”. Formado em filosofia e com mestrado em Antropologia Social (UnB no Distrito Federal), Baniwa fala da importância de participar ativamente do centro acadêmico e do movimento indígena universitário ocupar e participar de funções estratégicas dos estudantes, em todos os níveis.


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