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Aparecida Serique Pereira: Uma mulher que não apareceu do nada

Aparecida Serique Pereira: Uma mulher que não apareceu do nada
Jota Ninos
mar. 11 - 4 min de leitura
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*Jota Ninos e Miguel Oliveira, via OESTADONET

Carregando o nome da padroeira do Brasil, Maria Aparecida Serique Pereira, não apareceu do nada enquanto esteve entre nós. Assistente social do Sesi por muitos anos, se orgulhava de ter vencido várias batalhas para chegar aonde chegou. 
Depois de anos trabalhando com pessoas simples, trabalhadores das poucas indústrias existentes em Santarém (cerâmicas, madeireiras e panificadoras, entre outros médios e grandes negócios) encontrou a paixão num dos empresários dinâmicos da área de comunicação e que foi líder empresarial da região, à frente da Associação Comercial e Empresarial de Santarém.


Um encontro de ideias sobre o mundo bem diferentes, mas que conseguiram uma fusão perfeita entre capital e trabalho. Sem levantar bandeiras, Aparecida e Milson Pereira conseguiram fazer da relação o amálgama do que sonhavam ser, num futuro próximo, um Sistema Guarany de Comunicação mais vibrante e social, depois de forjado na tradição da família liderada pelo propagandista visionário Otávio Pereira.
Os filhos mais velhos dele foram escolhidos para assumir o negócio, mas Ademir e Milson, infelizmente, se foram e logo depois o pai. E no meio de um intrincado jogo familiar o empreendimento acabou ficando nas mãos de Aparecida, que poucos sabiam já trabalhar nos bastidores com dicas sobre programas que tinham a marca de sua vivência social. Programas como o Rádio Interativo, no horário da manhã da Guarany FM, com um viés social trazendo á tona inquietações sobre o cotidiano e ouvindo a população sobre eles.


Essa inquietude social levou Aparecida a buscar algo ainda mais ousado. Queria um programa jornalístico com opinião, diversificado, mesmo sabendo que tal ousadia seria até perigosa em momentos de reconstrução financeira da empresa, enquanto sofria ataques muitas vezes injustos em blogs, por conta de relações com outros interesses financeiros, além de vários processos na Justiça decorrentes de uma batalha sem igual.
Mas Aparecida não desaparecia do nada. Nunca quis sumir do mundo, como muitos que se vêem em situações complicadas. Enfrentava a tudo e todos, e resolveu juntar um naipe de jornalistas experientes para lançar um programa ousado e dinâmico no dia 06/05/2019: o Cartas na Mesa, produzido pelo Portal OESTADONET. 


Juntou num mesmo estúdio profissionais de vários matizes ideológicos, ao comando de dois jornalistas que conseguiam trilhar o caminho que ela bem soube trilhar: a convivência entre os diferentes. Miguel Oliveira e Jota Ninos lideravam uma equipe com Gerson Nogueira Ormano Sousa, Ercio Bemerguy, Socorro Carvalho, Rogéria do Carmo, Ruy Néri, Pascoal Gemaque, padres Sidney Canto e Auricélio Paulino, Anselmo Colares e Leiria Rodrigues. O programa foi amado e odiado, repercutindo politicamente com muita ênfase. Aparecida chegou a ser pressionada para fazer desaparecer do ar aquele produto. Mas resistiu.


Mas no meio do caminho tinha uma pandemia. O programa foi suspenso, porque os apresentadores, do grupo de risco, preferiram se precaver. Mas Aparecida não podia desaparecer de repente. Se manteve firme à frente da emissora durante toda a a pandemia, até ser vítima dela, neste dia 11 de março de 2021.
Aparecida não desapareceu. Entrou para a história das mulheres de fibra que hoje são a base da comunicação local, seja na rua como repórteres, seja como gestoras.

(Na foto, de arquivo pessoal, Aparecida Pereira - de cabelos compridos - comemorando o primeiro mês do Cartas na Mesa, entre os jornalistas Ormano Souza, Socorro Carvalho, Miguel Oliveira e Jota Ninos.)


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