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A segunda onda e o lockdown em Santarém

A segunda onda e o lockdown em Santarém
José Carlos Polessa de castro
fev. 18 - 3 min de leitura
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Acompanhamos atentamente a evolução da Covid-19 em nossa região. Após a primeira onda, no ano passado, houve um total relaxamento das medidas de isolamento  mesmo com a previsão de instituições científicas sobre a possibilidade de  uma segunda onda. Tudo foi liberado em nome daqueles que defendem a economia a qualquer custo. Assim, assistimos a reabertura do comércio em Santarém e a retomada do turismo em Alter do Chão. Além disso, tivemos as eleições municipais no intercurso. A Covid-19 nesse período manteve índices constantes porém sem sinais de crescimento. Em Alter do Chão, as pessoas já não usavam máscaras. Os bares e restaurantes estavam cheios. A praça sempre ocupada por visitantes despreocupados. As festas e o barulho tornaram-se constantes. O transporte fluvial voltava à toda.

Foi quando, após a passagem de ano, vimos a pandemia retomar sua força em Manaus com a crise da falta de oxigênio, aparecimento de novas variantes,  pessoas morrendo sem assistência, tendo o Estado do Amazonas que recorrer  à Venezuela, país que se prontificou a fornecer oxigênio na incapacidade do Governo Brasileiro em resolver prontamente a situação conforme acompanhamos em toda mídia. Só aí parece ter caído a ficha das autoridades do Pará que, tardiamente, decretaram o lockdown para impedir uma tragédia local.

Nesse momento constatou-se a falta de material humano e equipamentos para aumentar a oferta de leitos em um hospital de campanha, que havia sido desmontado em setembro.

Assistimos nesse período o crescimento absoluto dos números de infectados, internados e de mortes com fila de espera para UTI  que se mantém até hoje, conforme gráfico, com  transferência de pacientes para outras cidades.  

Diante do quadro desesperador, empresários começam a fazer pressão pelo fim do lockdown e após duas semanas o Prefeito Nélio vem a público dizer que a situação está controlada, decreta o fim do lockdown com a presença do General Pazuello, Ministro da Saúde, que reinaugura o Hospital de Campanha. 

Ora, qual o efeito real de duas semanas de lockdown sobre os números da Covid? Muito pouco se analisarmos os gráficos.  O que dá a entender é que o lockdown foi assumido em um  curto período de tempo, como pano de fundo,  até a chegada do General Pazuello como o "Salvador da Pátria". É uma jogada política que denota o grau de crueldade dos nossos governantes para com aqueles que perderam seus familiares e amigos para a pandemia. 
Compreendemos que o lockdown seja um remédio amargo para todos porém necessário como estratégia emergencial para desafogar os profissionais de saúde e o sistema de saúde  como um todo que está sob alta pressão, pois sabemos que só a vacinação em massa será uma solução definitiva para por fim a essa tragédia, infelizmente, algo que vem sendo negligenciado pelo governo federal.


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